Os cânions mais conhecidos da região Sul do Brasil são aqueles localizados nos parques Nacionais Aparados da Serra e Serra Geral, localizados entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E você sabia que a parte de cima dos cânions pertecem ao Rio Grande do Sul? Enquanto que a parte de baixo a Santa Catarina?
Difícil dizer qual parte é mais bonita. Já estivemos em ambos e a magnitude desses lugares transcende a necessidade de comparação e sugere apenas a apreciação dessa imensa natureza que todos os dias se faz diferente.
E desta vez decidimos visitar os cânions da cidade de São José dos Ausentes, cidade situada no nordeste do Rio Grande do Sul, depois de uma bela visita a Serra Gaúcha.
Saimos de Bento Gonçalves e fomos até Ausentes, mais ou menos 250km.
A estrada de São José dos Ausentes até os cânions é de chão, mas desde que se tenha paciência, qualquer carro consegue chegar até lá. Confessamos que não foi fácil, mas a paisagem faz valer a pena.
Já descobrimos também que existe a possibilidade de contratar passeios que te levam até os cânions e cachoeiras da região, existem empresas que fazem esse translado.
Mas não é o nosso caso. Decidimos chegar até a Fazenda Pontão, e por lá ter a liberdade de andar pela região.
Já na nossa chegada fomos surpreendidos por lindas paisagens.
Essa região ainda é pouco explorada pelo turismo, e o que mais se vê são campos a perder de vista no horizonte. Pra quem procura por sossego e liberdade de fazer trekkings sem a necessidade de guias, vai encontrar aqui.
E esse é um bom ponto a se considerar, o único gasto que tivemos aqui foi relacionado a hospedagem. Os passeios que fizemos- todos caminhadas- foram gratuitos. Não há necessidade de pagar entrada para parque algum. Diferente dos parques da Serra Geral e Aparados, que cobram ingresso para a visitação.
Iniciamos então nosso dia com uma grata surpresa: um por de lua esplendoroso com seu mar de nuvens.
Da pousada do Pontão até a beira dos Cânios percorremos mais ou menos 1,4km e chegamos ainda para o nascer do sol ao Cânion Boa Vista.
A partir dali, iniciamos nosso trekking, com o objetivo de percorrer as bordas de Cânions da região.
Vale ressaltar que é importante usar um bom calçado para trilhas, o relevo e vegetação da região são quase que intocáveis, então não existe uma trilha ou caminho a ser percorrido, você anda por onde tem vontade e acredita ser o caminho.
Decidimos fazer o Pontão do Cânion Boa Vista, que é um avanço da parte de cima dos cânions sobre eles, e dali tivemos uma vista infinita dos Cânions da região. Chegamos até a beirinha do Cânion em seu ponto mais alto (seta vermelha).
Uma pena que essas fotos não conseguem retratar a grandiosidade do lugar. No quanto somos pequenos perto de tudo que podemos ver ali. E diferente dos parques nacionais, por ali não tem guarda corpos ou cercas. Você pode chegar beeem na beirinha do Cânion, o que a gente não recomenda 🤭.
Depois do Pontão, seguimos bordeando os Cânions por mais um tanto.
Passamos por algumas "esculturas" naturais:
Cabeça de Urso
Cabeça de Elefante:
Cabeça de Índio, que diferente dos 2 anteriores não chegamos a uma unanimidade de formato, mas está ai, registrado.
É realmente uma região linda, cheia de superlativos. Onde tudo é grande.
Depois de percorrer 14 km, terminamos o dia com um pôr do sol, e um nascer de uma super lua cheia! Aqueles momentos que fazem valer a pena. De paz e contemplação. Pra agradecer mesmo por ter a possibilidade de viver tudo que passamos ali.
Dica!
Aproveite enquanto ainda há rusticidade, e um contato verdadeiro com a natureza, com pouquíssimas interações dos homens. Se permita viver o que é o lugar de verdade. Suas belezas e seus medos, seus desafios e suas dificuldades, e o mais importante, a beleza do simples e do silêncio.